terça-feira, 28 de outubro de 2008

Caetité e suas atividades teatrais: um pouco da sua história

CAETITÉ E SUAS ATIVIDADES TEATRAIS

Bartolomeu de Jesus Mendes .[1]

Caetité registra na sua historiografia uma vida cultural intensa, na qual o teatro era o seu carro chefe. O historiador Professor Bartolomeu Mendes, da UNEB/Caetité, afirma em seu livro “CAETITÉ: A TERRA, A CULTURA E SUA GENTE” (1996), que no século XIX, as representações teatrais eram realizadas em qualquer recinto (praça pública ou até mesmo em fundo de quintais particulares) da antiga Vila, encenando-se principalmente as COMÉDIAS e que, em 1811, a vereação local determinou a realização do festejo do “feliz casamento da princesa, Nossa Senhora, com o Infante de Castela, com cerimônias religiosas, cavalhada e comédia". Como se pode perceber, a cavalhada e a comédia já integravam os costumes do povo caetiteense. Os AUTOS e as TRAGÉDIAS eram encenadas aqui pelos portugueses para matar a saudade que sentiam de sua pátria e de suas famílias. O teatro, mesmo não possuindo edifício próprio para espetáculos, teve por aqui grande desenvolvimento, ganhando vasto repertório, firmando-se como fonte de inesgotável diversão, sob a direção de “ensaiadores competentes”, que ensinavam a declamação, a inflexão da voz e o mais que fosse necessário para a interpretação das obras dos autores clássicos.
Na "Athenas Brasileira", como ficou conhecida a Caetité daquele tempo, aportavam famosas companhias de teatro, como foi o caso da “Companhia Bramon”, de origem argentina que, em 1876, legou à comunidade um belíssimo episódio de amor, passando para a história local com a denominação de “o rápido de Ismênia”.
Foram também erguidas, naquela “bela época”, várias casas de espetáculos teatrais, ressaltando, inicialmente, a “Dois de Julho” que recebeu a denominação popular de “Teatro São Caetano” devido ao matagal de folhas de São Caetano que passou a crescer em torno do imóvel. Posteriormente, uma outra casa de espetáculos também fora erigida em função do crescimento do fluxo de espectadores, recebendo a mesma denominação da casa anterior. Mais tarde, foi levantado o magnífico e saudoso TEATRO CENTENÁRIO, construído no mesmo local com uma arquitetura monumental que, por um breve tempo, veio coroar a esplendorosa era das artes cênicas na cidade.

[1] Prof. Dr. do Colegiado de História da UNEB / Campus VI-Caetité.
Acadêmico fundador da ACL.